Este documento surge com o intuito de relembrar algumas das profissões
que, para os indivíduos mais saudosistas, poderá constituir uma pérola da
sabedoria popular portuguesa.
Os séculos XVIII e XIX deixaram-nos um vasto património cultural, nomeadamente
ao nível das profissões. Com o evoluir dos tempos, o surgimento de alguns
ofícios leva ao inevitável desaparecimento de outros. Através de uma consulta
na Classificação Nacional de Profissões, constatamos o desaparecimento de
algumas das artes que outrora nos presentearam no nosso dia-a-dia. Talvez nunca
tenhamos prestado a devida atenção às mesmas, o certo é que todos estes
“artistas” sobreviviam às custas dos seus ofícios.
Devemos igualmente pensar um
pouco. Nem todas as profissões caíram em desuso, limitaram-se a evoluir como é
o caso do Dactilógrafo, actualmente conhecido como assistente administrativo.
Fruto igualmente de uma evolução, podemos referir o barbeiro que, nos seus
cadeirões fazia a barba à navalha aos cavalheiros. Outros como o calceteiro, o
taberneiro, o fotógrafo “à lá minute”, a modista, o calista, o sapateiro, o
vendedor de gelados, o relojoeiro ou o alfarrabista, foram desaparecendo dando
lugar a estabelecimentos comerciais com serviços mais personalizados. Quem não
se lembra do alfaiate, encarregue de criar roupas masculinas tendo em atenção
os gostos de cada indivíduo? Ou do sapateiro, que fabricava e consertava
sapatos? E o ardina, aquele moço que vendia jornais na rua, pregando os títulos
dos jornais para que lhe comprassem os mesmos? Não esquecendo o aguadeiro, a
lavadeira, o propagandista, o engraxador, o estivador, o limpa-chaminés, o moço
de fretes, o trapeiro, a varina, o amolador de tesouras e facas, o leiteiro ou
o vendedor de bengalas e guarda-chuvas.
Estas são apenas algumas das actividades com que nos deparávamos no quotidiano
português. A extinção de determinadas profissões não nos deve fazer esquecer a
sua existência. Num país tão rico culturalmente, cheio de tradições, o
relembrar desta cultura tipicamente nacional, deve estar sempre presente nas
nossas memórias.
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