quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A minha sociedade é assim…


Vivo numa sociedade que tem uma mentalidade diferente da minha… o cidadão comum inveja o automóvel novo do vizinho, ou a sua casa e o seu emprego… e o que faz para mudar isso? Nada! Limita-se a invejar e critica-lo. Porque não fazer o contrário? Porque não descobrir uma forma de trabalhar e conseguir um carro e casa maiores que o vizinho?

Vivo numa sociedade que não premeia o mérito pessoal… numa sociedade onde uns precisam de trabalhar e outros não… E estes últimos, não é por serem ricos, é sim porque alguém lhes diz “tu não precisas”, sem qualquer justificação. Mérito na vida, para quê? Trabalhar de graça pela terra, mas que sentido é que isso faz? Na minha sociedade, a forma mais bem aceite de conseguir um emprego, é ir pedir/exigir a quem o consegue dar. Tolo é quem perde tempo a ajudar os outros só porque sente que está a praticar o bem.

Vivo numa sociedade que crítica o sistema político, que critica os Partidos e os Políticos… dizem que são todos iguais, criticam a subida de impostos, criticam as obras, queixam-se de falta de emprego, da falta de dinheiro, da crise… mas não querem perceber porque é que existe crise… A crise existe porque as pessoas a criaram… em primeiro lugar, as pessoas querem viver acima das suas posses, se só têm 5 euros no bolso, não podem comprar algo que custa 100 euros. Podem deseja-la, mas têm que trabalhar muito para merecer tê-la. E em segundo lugar, a crise existe pois as pessoas acham bem pedir/exigir emprego para familiares e amigos, o que leva a que tenhamos maus profissionais à frente de instituições, pois essas pessoas não concorreram a qualquer vaga, caíram lá vindos do céu. E os nossos políticos são iguais… alguém os “convidou” para ir para lá, pouco interessa se são bons ou maus, o que interessa é que são “amigos” de alguém… A verdade é esta, por muitos que custe ler e ouvir, não premiar o mérito pessoal leva à ruína das instituições, do país… Dar emprego a alguém só porque “ele precisa”? Então e os outros todos que estudaram, que lutam diariamente para conseguir uma chamada para uma entrevista, “não precisam” porquê?


Vivo numa sociedade que vai criticar este texto, que vai continuar a queixar-se da vida, a invejar o vizinho, e a considerar normal a “cunha”. Não digam que eu não avisei…

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A triste realidade de Estarreja

No passado dia 30 de Setembro, realizou-se mais uma Assembleia Municipal de Estarreja. Assuntos de elevado interesse, tais como a contínua deterioração dos serviços prestados pelo Sistema de Saúde no nosso Concelho, ou o fecho de três escolas do 1º ciclo, marcaram um debate intenso entre as bancadas e executivo camarário. Já no mês passado de Junho, numa outra Assembleia Municipal, os pais das crianças cujas escolas foram anunciadas que iriam fechar, encheram os paços do concelho, batendo o pé à Câmara Municipal, que concordou com o fecho destas mesmas escolas, para assim levar as crianças para o novo complexo em Salreu. E sobre isto, há algo a dizer. A Câmara Municipal de Estarreja atira com as responsabilidades para o Governo actual, no entanto, como é que a Câmara pode afirmar que é contra o fecho das escolas, se construiu um novo complexo em Salreu, destinado exclusivamente ao 1º ciclo? Já há vários anos que a Câmara Municipal sabia que isto iria acontecer, e escondeu tal informação dos encarregados de educação, obrigando as crianças a abandonar as suas escolas e frequentar o novo complexo em Salreu.
Do lado da bancada da Coligação PSD/CDS, não vemos propostas para o desenvolvimento de Estarreja, a maior parte dos seus elementos entra muda e sai calada, não fazem qualquer intervenção, não fazem qualquer proposta para melhorar o Concelho. E quando por acaso ouvimos a sua voz, é para ler um bonito texto cedido pela Câmara elogiando o seu trabalho. Será que só lá vão para receber as senhas de presença?
Mas, diria que o ponto alto da noite de dia 30 de Setembro, foi quando foi aberto o período de intervenção ao público. Um senhor, que referiu ter nascido e vivido em Estarreja até aos 19 anos, e que passou os 48 anos seguintes no Brasil, pintou o verdadeiro cenário do que é Estarreja: edifícios abandonados e a cair aos poucos; não existe qualquer apoio ao comércio local que vai morrendo aos poucos (e não é com “Noites Brancas” que isso se resolve); os eventos ateimam em ser realizados à semana e durante a manhã ou tarde, quando o cidadão comum se encontra a trabalhar; além disso, a divulgação dos eventos é péssima (muitos eventos são anunciados no próprio dia em que se realizam), e pouca gente aparece.

Esta, é de facto Estarreja visto aos olhos do povo.