Li
na Comunicação Social Nacional que faço parte da denominada geração “nem nem”:
nem trabalham, nem estudam.
Segundo
dados estatísticos do 3º trimestre de 2013, em Portugal existiam neste período
e nesta situação, cerca de 435 mil jovens, entre os 15 e os 34 anos. Se referir
que 20,8% tem apenas o Ensino Básico, 15,4% tem o Secundário e 16,7% tem o
Ensino Superior.
Encontramo-nos
na fase mais activa para trabalhar, mas estamos desocupados pois não
conseguimos entrar no Mercado de Trabalho. Os jovens sentem o seu talento
desperdiçado, sentem que ninguém quer saber deles e que foram enganados ao
longo da sua formação, criando falsas expectativas. Passam os dias em casa para
não ter o vício de gastar o pouco dinheiro que têm no bolso, procuram ofertas
de trabalho, enviam currículos mas, quando alguém responde do outro lado, a
resposta é de que ou falta experiência, ou as habilitações não correspondem ao
pretendido. Para aqueles que têm o Ensino Superior, sinto que as Universidades
“venderam” os cursos como um mar de possibilidades, que podiam trabalhar em
inúmeros locais mas, na verdade, o mercado de trabalho não se encontra
preparado para absorver pessoas com determinadas formações, pois desconhecem
qual a real utilidade das mesmas.
Naturalmente,
embora eleição após eleição se continue a não dar qualquer significado à
situação seguinte, a abstenção deve-se a não acreditarem nas Instituições
Políticas. A abstenção ronda quase sempre os 50%, ou seja, metade dos cidadãos
eleitores não votam. Mas no caso dos jovens, essa taxa chega em muitos locais
aos 75%. É fundamental perceber o porquê dos jovens não votarem, nem participarem
activamente na vida pública. Se não são respeitados nem tratados como capazes
de produzir riqueza e crescimento económico para o país, é evidente que jamais
acreditarão naqueles que ditam e fazem cumprir as leis.
Fica
mais este alerta, o dinheiro que nos chega da Troika, serve apenas para pagar
as dívidas criadas pelo país. Esse dinheiro não está a ser utilizado para
fomentar o crescimento económico nem para criar postos de trabalho. Enquanto
isso não acontecer, não sairemos da crise em que estamos.