domingo, 30 de setembro de 2012

Evolução Demográfica – Um desafio?



Está comprovado que, nas últimas décadas tem-se registado profundas alterações na base e topo das pirâmides etárias, nos mais diversos países do Mundo.
Iniciando o percurso pelos países mais desenvolvidos, verificamos que o crescimento industrial foi factor preponderante no seu desenvolvimento. Assim sendo, a industrialização permitiu a criação de novas oportunidades de emprego que conduziram intrinsecamente ao aumento dos níveis de rendimento familiares.   
O acesso à educação generalizou-se conduzindo a uma cada vez mais reduzida taxa de analfabetismo que, mostrou-se fundamental para uma maior consciencialização sobre os estilos de vida e na modificação das atitudes face à fecundidade e à natalidade, promovendo um desenvolvimento social mais sustentável. Um outro factor que não deve ser esquecido, é o da evolução da medicina e das condições higiénico-sanitárias que, promoveram uma maior qualidade e aumento da esperança média de vida.
 De igual modo, a família tradicional tem vindo a sofrer mutações. Deparamo-nos com novas formas de família, aumento do número de celibatários e de pessoas que vivem sozinhas. De referir ainda que, o número e a dimensão das famílias tem vindo a decrescer, aumentando por isso as famílias monoparentais e inter-raciais bem como, o recurso às novas tecnologias de reprodução como forma de resolver problemas de infertilidade ou ausência de progenitor.
Indo um pouco mais longe, os chamados países mais avançados, relatam alterações de comportamentos populacionais, nomeadamente no que diz respeito aos temas da sexualidade, toxicodependência, alterações dos modos de vida (frenéticos) e dos seus valores, tudo isto potencializado pelo fenómeno da globalização e da intensificação das migrações internacionais que, facilitam a integração dos indivíduos e a formação de sociedades multirraciais.
Relativamente aos Países menos Avançados, um dado que sobressai prende-se com os índices sintéticos de fecundidade elevados, uma vez que os filhos são encarados como uma fonte de rendimento devido ao papel que desempenham na produção agrícola. Os elevados índices de fecundidade demonstram que neste tipo de territórios há uma enorme incapacidade de garantir a escolarização dos jovens, em particular do sexo feminino.
Todavia, a estabilização dos índices resulta do contributo de alguns países europeus que incentivam a um aumento do abono de família a partir do 2º ou 3º filho ou no caso de famílias numerosas ou de baixos rendimentos, prolongamento das licenças de parto, horários de trabalho reduzidos e flexíveis ou mesmo desenvolvimento de sistemas de protecção social dos mais jovens comparticipados pelo Estado.
Pode-se assim afirmar que, estas melhorias verificadas permitiram a redução das despesas com os filhos associadas ao salário da mulher, para o aumento do orçamento familiar através do qual os jovens casais em inicio de vida em comum puderam melhorar a sua perspectiva de nível de vida e, a mulher que pôde melhorar as suas perspectivas profissionais, abandonando a sua anterior tarefa imposta pela sociedade que consistia no cuidar do lar familiar.
Concluindo, os jovens têm hoje um papel preponderante na sociedade. A sua cada vez maior formação académica, capacidade de adaptação à evolução, dinamismo, criatividade, maior mobilidade geográfica e profissional podem permitir-nos a médio ou longo prazo uma resolução dos problemas relacionados com a saúde, segurança social ou mesmo a redução das despesas como forma de equilibrar as balanças comerciais.

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