terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Análise a artigo

Acabo de analisar o Jornal Público deste Domingo (5 Jan 2014), prendeu-me a atenção o artigo "Uma geração (des)interessada pela política nacional".

Ao ler o artigo, senti logo vontade de tecer umas palavras sobre este tema.

Em primeiro lugar, pessoalmente considero que os jovens interessam-se pela política, não se interessam é pelas pessoas que os representam. Com isto, lembro-me imediatamente de Mário Soares, que se referiu ao "Rei" Eusébio como um indivíduo de pouca cultura e que bebia muito. Cá está um excelente exemplo de que por vezes, o estar calado é melhor comentário que se pode fazer. Isto é como darmos educação aos nossos filhos, para que cresçam e convivam numa sociedade de direitos e deveres. Se lhes damos maus exemplos, eles copiam pois nós somos a sua principal figura responsável pela educação.

Se um político vai à Televisão e diz uma calinada ou estupidez, está a dizê-lo perante milhões de pessoas de todas as idades, pessoas essas que sabem pensar por si próprias e entendem que se alguém tem falta de cultura, são os prezados "artistas" que abriram a boca no momento errado.

Outro péssimo exemplo, é aquilo que acontece em meios mais locais, como assembleias de freguesia, assembleias municipais e mesmo dentro dos próprios partidos locais.  Refiro-me àqueles que fazem da sua política, uma guerra pessoal. São pessoas que foram eleitas pelo povo, mas quando estão em representação da sua cor, em vez de defenderem a sua terra e apresentarem propostas e possíveis soluções, a sua real preocupação é o chamado "bota abaixo". E isto acontece da oposição para o poder, e do poder para a oposição. São muito poucos aqueles que são eleitos, e que estão mesmo interessados em trabalhar em prol do desenvolvimento da sua terra, para outros, ser eleito significa picar o ponto à entrada e à saída e receber ao final do mês o seu ordenado e não se preocupar com quem o elegeu.

Não me esqueci de falar sobre o que se passa no interior dos Partidos Políticos Locais. É sabido que fui Presidente de uma juventude partidária em Estarreja. Enquanto o fui, sempre defendi que o Partido se deveria abrir às pessoas e não ficar fechado dentro de si próprio. Sempre defendi com lealdade os interesses do Partido que representava, organizei inúmeras actividades para fomentar o crescimento do Partido e das pessoas que eram eleitas por ele para cargos políticos, e como consequência de todo este meu envolvimento, recebi o convite para ir "pregar os meus sermões para outra paróquia", pois não era ali mais bem vindo.

Este é o péssimo exemplo dos Partidos Locais, aqueles que trabalham para eles de forma gratuita e voluntária, e refiro-me essencialmente às juventudes partidárias, servem apenas para agitar bandeiras e ir lá para a frente do palco gritar, enquanto que aqueles que estão de fato ou óculos de sol nos chamados "bastidores", sentados tranquilamente serão eleitos para ganhar milhares de euros sem nada fazerem para o merecer. É este o exemplo que querem dar aos vossos filhos? Que "usar" miúdos" e adultos para fazer o seu trabalho compensa? Que "lamber botas" é o melhor remédio para cair em graça? Até tenho medo de ver com estão as línguas de certas pessoas de tanto lamber sem perceber o ridículo que isso é.

Depois disto, o autor do artigo no Jornal Público, ainda recorre à opinião de 8 jovens. Mais um excelente exemplo que dão, ao pegarem em jovens que aos 20 e poucos anos, o seu 1º emprego é ser Deputado na Assembleia da República. Excelente exemplo de quem fez muito pela sua terra ou país, para chegar por mérito ao topo (para quem não compreendeu, estou a ser irónico).

Os jovens estão apáticos ou desligados da política? Não, não estão. Só não gostam dos políticos que vivem da política e a usam para travar lutas pessoais e sem sentido, em vez de discutirem assuntos de verdadeiro interesse.

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